17/05/2014

Primeira Pastora oficial da C B B

A Confederação Batista Brasileira oficializa pastoreado feminino!

Zenilda Reggiani  Cintra

   Zenilda Cintra é agora, oficialmente a primeira pastora da Convenção Batista Brasileira. Há anos outras convenções e igrejas batistas independentes consagram pastoras. Ana Paula Valadão, por exemplo, entre as mais conhecidas. Contudo, até o inicio deste ano a CBB não tinha nenhum caso e a resistência sempre foi muito grande, aliás continua sendo. Há decisão já causa muita polêmica.

   Oficialmente, a CBB informa que não há nada explicito nos estatutos batistas contra uma mulher ser sagrada ministra do evangelho e que toda a expressão “homem” contida na declaração dos batistas é no sentido genérico do ser humano. A decisão sempre é das igrejas locais. Contudo, o limite sempre esteve presente.

   O precedente foi aberto pela OPBB – Ordem do pastores batistas do Brasil que reunidos na 94° Assembleia da Convenção Batista Brasileira decidiu aceitar como membro a pastora Zenilda. Aberto o precedente é questão de tempo para que novas igrejas locais abram espaço para pastoras que poderão ser aceitas pela OPBB.

   Expoentes como o pastor Russel Sheed e o pastor Antônio Gilberto da Assembléia de Deus são taxativos e afirmam que o pastorado feminino não é bíblico.

    A ordenação feminina ao ministério pastoral é um assunto complexo e repleto de tabus no meio evangélico. No início de janeiro, a colunista deste portal Raquel Elana publicou uma entrevista com o pastor Gilberto Nascimento, um dos mais influentes líderes da CBB, e contrário ao ministério pastoral feminino. Na ocasião, Nascimento afirmou que era “contra” por não ver “nenhum respaldo bíblico ou ortodoxo em relação a ordenação feminina”.
 
  Mulheres ao púlpito assumindo a hierarquia dos grupos devotos ao cristianismo é um assunto que gera debates. De acordo com o artigo “Ordenação feminina: o que o Novo Testamento tem a dizer?”, publicado na revista Época, o teólogo Augustus Nicodemus Lopes divide as opiniões sobre a inclusão da mulher em dois grupos, os diferencialistas (contra) e os igualitaristas, (a favor). Ambos se fundamentam na Bíblia para justificar seus posicionamentos.
  Os diferencialistas asseguram que homens e mulheres foram criados com papéis diferentes e, portanto, cabe ao homem exercer autoridade em casa e na igreja. Justificam-se com base em texto da Bíblia que  diz: “Não permito que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão”. Tm 2:12 De acordo com o teólogo Augustus, essa citação mostra a crença de que a mulher está mais suscetível ao erro religioso.
   No entanto, de acordo com Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da CBB, as igrejas batistas têm tradição de quebrar paradigmas e mudar conceitos. “Ainda nos anos 1970, a aceitação na Igreja Batista de divorciados influenciou outras igrejas evangélicas a fazer o mesmo”, afirmou Souza, em entrevista ao Diário da Manhã.
   Para a primeira pastora batista reconhecida pela OPBB, a razão de ainda existir esse paradigma tem origem cultural: “Nós temos uma cultura muito machista ainda, mas isso tem melhorado”, resume a pastora Luciana.
 
  Os que defendem a ordenação de mulheres ao ministério pastoral baseiam seus argumentos na carta de Paulo aos Gálatas, quando o apóstolo diz que “não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Gl. 3.26
 
   Maria Sebastiana Francisca da Silva, 61, teóloga e diretora executiva da União Feminina Missionária Batista Goiana, diz que, contudo, a ordenação da pastora Luciana não deve ser encarada como vitória numa guerra de gêneros: “Entendo que se Deus chama para fazermos o trabalho d’Ele, não importa se você é homem ou mulher importa obedecer ao chamado”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deus te abençoe por comntar este blog, suas sugestões e pedidos de oração sarão atendidos e respondidos assim que possível.

atenciosamente:

pr. antonio Carlos
Pr. presidente